sexta-feira, 29 de abril de 2011

Mudança II


Muitas pessoas ao lerem os meus textos comentam…pois, isso é muito bonito, mas onde está a formula para se mudar?
Quem me conhece pessoalmente sabe que actuo em conformidade com o que escrevo.
Nunca escrevi, porque não penso, que seja qual for a mudança, ela seja fácil.
Acredito e actuo, que se desejarmos muito inverter as coisas, então mudaremos mesmo sem nos apercebermos.
Aconteceu-me um episódio há cerca de duas semanas que vos vou contar. Não por me considerar um exemplo a seguir, porque entendo que não devemos seguir trilhos dos outros, mas sim que devemos traçar os nossos próprios trilhos!
Conto-vos, porque fui incentivado a partilhar mais um episódio desta minha caminhada.
Muitos de vocês conhecem a minha filha de 4 patas :) . Foi com ela que começou tudo…
Estava na sala, perto da 1 da madrugada e ela começou a dar sinal de que qualquer coisa se passava lá fora. Como confio nela, fui à porta e deparei-me com uma senhora na casa dos 65 anos encostada ao muro, virada para o lado de dentro. Permaneci em silêncio e sem ser notado, fui apreciando o que a senhora estava a fazer. Estava a tentar tirar uma flor do meu pequeno jardim (uma estrelícia).
Passo a relatar o diálogo:

Eu – (Com uma voz calma e tranquila) Boa noite! Posso ser útil em alguma coisa?
Senhora – (assustada com a minha presença) Desculpe, estava a roubar-lhe uma flor!
Eu – Pois, eu reparei
Senhora – É que eu adoro flores
Eu – Mas eu agradeço-lhe que não o faça desta forma. Terei todo o gosto em partilhar consigo as minhas flores, mas em vez de tirar assim, porque as pode estragar, eu prefiro que toque à porta e eu terei todo o gosto em lhe dar
Senhora – Peço desculpa
Eu – Não faz mal. Olhe, vou só ali buscar uma faca para lhe cortar as flores
Senhora – (envergonhada) Deixe estar, não se incomode
Eu – Espere, que eu faço questão em lhas dar (e fui cortar as flores para lhas dar)
Enquanto cortava as ditas flores, a senhora foi-me dizendo…eu peço mesmo imensa desculpa pelo meu acto, mas eu adoro mesmo flores e sempre que passo por aqui, namoro as suas estrelícias :)

Cortei-lhe as mais bonitas e disse-lhe...já sabe, sempre que quiser uma, toque, que é com imenso prazer que lhas ofereço.
Virou-se para mim já com uma cara calma e disse-me…Olhe, eu vou mesmo tocar-lhe à porta, mas não para lhe pedir flores, mas para lhe oferecer uma flor. :)
A história teve hoje este desfecho :)
Cheguei exausto depois de mais um dia de trabalho e estava a preparar-me para comer, quando toca a campainha :)
Era a senhora, que me disse…Lembra-se de mim? Lembro sim, disse-lhe eu.
Pois olhe, hoje estive a fazer sonhos e se me permitir vinha oferecer-lhe alguns :)
Ficámos a conversar um bocado e fiz uma amiga :)
Que quero dizer com tudo isto?
Que quando a senhora me estava a tirar as flores, eu tive a dualidade em mim.
Podia ter reagido mal, pois afinal, tratava-se de uma invasão ou ter reagido da forma que reagi e transformar uma situação desagradável numa situação harmoniosa.
É actuando desta forma que transformo no meu pequeno mundo, as pedras em flores!
Como apontamento final, posso dizer-vos que os sonhos estavam óptimos e que a senhora é um amor :)
Namastê
Nuno 

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