terça-feira, 12 de abril de 2011

Tempo...

Nos dias de hoje os homens estão presos ao tempo. 
Somos prisioneiros do tempo. 
Um dia Einstein disse que o motivo pelo qual inventamos o tempo, foi para impedir que tudo acontecesse de uma vez só. 
No mundo moderno dos dias de hoje, queremos tudo para já. Queremos comida instantânea, amor instantâneo, diversão instantânea, sexo instantâneo, espiritualidade instantânea. 
Os povos evoluídos do passado, tais como os Maias, Os Incas, acreditavam que o processo de atingirmos um objectivo, é mais importante que a sua realização. 
Que o importante deve ser trabalhado. Nada do que seja importante, surge com facilidade. 
Podemos dizer que é como se o tempo nos tivesse pregado uma partida. 
Nascemos, crescemos, envelhecemos e morremos. 
O relógio não para de trabalhar enquanto nós, vamos querendo, precisando, comprando e desejando sempre qualquer coisa, mas que de alguma forma, nunca atingimos o nosso verdadeiro objectivo. 
Quantos homens deram o seu último suspiro sem perceberem que o momento presente é que é importante, não a projecção de uma fantasia que poderá nunca ser realizada. 
No ocidente, só conhecemos um tipo de tempo, o linear, que é um tempo que voa como uma seta, no qual o futuro está sempre à nossa frente e o passado sempre atrás de nós. 
As sociedades indígenas, as Xamanistas, as tradições espirituais conhecem um tempo que gira como uma roda. Não voa como uma seta, na qual o principal princípio de funcionamento, não é a casualidade, mas sim a sincronização. No qual se pode influir em acontecimentos que ocorreram no passado e se pode dar um jeito no destino. 
O problema do tempo linear, que é o que conhecemos, é de ter tendência a produzir psicólogos e psicoterapeutas. 
Mas a psicologia tem como base a noção de quem somos “hoje” é o resultado do que nos aconteceu quando tínhamos seis, doze anos, ou quando estávamos no ventre, ou talvez numa vida anterior. 
Somos, assim, o resultado de uma causa anterior. 
Quando formos capazes de funcionar com um tipo de tempo diferente, não só seremos o resultado de uma causa anterior, como poderemos ser o resultado de algo que ainda não aconteceu. Não somos apenas o resultado dos nossos genes e da nossa herança genética que nos pode predispor a vários tipos de doenças, etc. 
Não somos apenas o resultado da nossa infância, mas podemos ser o resultado do que nos vai acontecer daqui a dez ou mil anos. 
De tal forma que o futuro pode chegar atrás com a sua mão e levar-nos para a frente, para aquilo em que nos vamos tornar. 
Deste modo, podemos ser informados em quem nos vamos tornar e não só pela carga genética, karmica, e psicológica que herdámos. 
Este é o tempo em que podemos realmente começar a modelar onde estamos, para onde vamos e o que podemos ser. 
Uma das coisas que falta neste mundo é um sentimento de visão do possível. 
A visão da sociedade possível, a do ser humano possível, a de uma civilização planetária, para onde nos estamos a dirigir. 
Quando isso acontecer, é porque alcançámos a sincronização com o universo. 

Namastê 
nuno

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